quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Contra campanha do eleitor: Cala boca carro de som

A tranquilidade e o sossego alheios parecem ser duas palavras que não representam direitos dos cidadãos para os candidatos políticos de hoje. Seja em casa, nas ruas, no trabalho e até nos momentos de lazer nos finais de semana, os jingles políticos se escancaram nos carros de som, e simplesmente, perturbam o ambiente por onde passam.

Esse fato, obviamente, todos nós já devíamos ter percebido, até em eleições anteriores, mas não pude deixar de me aborrecer (ainda mais) com aqueles malditos jingles brigando entre si por um duplo espaço: um nos ouvidos de todos e outro atravancando o trânsito que fica ainda mais caótico com aquela tropa barulhenta por todos os lados. No início tem-se a impressão de estar sendo perseguido (como aquele tipo de música chata que não sai da cabeça) já que as tais “músicas” estão por toda a parte. Depois achei que o pior era quando depois da semana de trabalho, aguardando o final de semana na esperança de dormir até mais tarde e renovar as energias, ser acordado às 8 da manhã em pleno domingo com aquela cantarolação ridícula, que como se não bastasse atravessa a rua com um volume absurdo.

Mas para o meu espanto, essa não era a pior parte não. O ápice do incômodo vivi entre o domingo e o feriado. É realmente preciso estar de bem com a vida e ter um ótimo jogo de cintura para manter o bom humor quando se decide passear pelas principais avenidas e points da cidade ao lado dos terríveis carros de som. É como a musiqueta (igualmente irritante) “um elefante incomoda muita gente... dois elefantes incomodam muito mais...” e por aí segue. Se ficar perto de um carro de som no meio do trânsito (vale salientar que em pleno final de semana), imagina ficar entre dois ônibus com o som a todo vapor com aquela baboseira em cima da tua cabeça? As famosas “bandinhas” de carro ou moto no Laranjal quase se tornaram uma tortura no feriado. E ainda como se não bastasse tudo isso, quando enfim o cidadão decidisse passear pelo calçadão e apreciar aquele maravilhoso dia de sol, sem o risco de ficar prensado entre vários carros de som no meio da rua, eis que surgem as bandeiras políticas. Essa propaganda, mais silenciosa (graças a Deus) também ocupa um grande espaço, mas nas calçadas, ou seja, quando se consegue esquecer o estresse no trânsito, lá vem um grupo enorme cheio de bandeiras cobrindo tudo à frente.

E só restam duas saídas àqueles que se incomodam com a pressão e toda a parafernália política: tentar aproveitar seus passeios mesmo com tudo isso, aprendendo (não sei como, confesso) a suportar esses “elefantes” e, rezando para que setembro passe rápido já que na propaganda política a expressão “o direito de um acaba, quando começa o do outro” não existe, e quem sofre são os nossos ouvidos bem saturados, inclusive, de tantas asneiras políticas. Se bem que não seria nada mal se o movimento do Cala Boca isso e aquilo direcionasse sua mobilização nesse tema. Seria ótimo lançar uma contra campanha: #Calaboca carro de som!

Andressa Barbosa

4 comentários:

  1. é verdade! concordo plenamente. Muito bem mandado guria! show de bola!

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  2. kkk Aqui em Canguçu tem candidato que colocou um ônibus... Isso mesmo, um ônibus para divulgar seu nome... Tem gente na minha rua que já não iria votar nele... Agora também irão fazer campanha contra ele!!! kkk

    Toma o que te mandaram, poluidor sonoro!!!

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  3. Eu fiquei prensada de moto entre dois ônibus "do inferno" no Laranjal no findi... Dá vontade de dessossar... kkkkk

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  4. Guria, eu ja tinha lido e amei o teu texto! Voltei pra postar um comentário.Acho q a grande maioria das pessoas pensam a mesma coisa, menos os político, claro. Aqui a chuva trouxe um silêncio na cidade, o sol voltou e os benditos carros saíram das garagens. Pobre dos nossos ouvidos!

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